“Ele vai ficar bem. Eu não abro mão dele de jeito nenhum”
Trabalho com responsabilidade
Na creche, os filhos de Maria, Ana e de outras cinco mães, ficam na responsabilidade das outras detentas que trabalham na ala. “Elas são muito cuidadosas e por ser uma bebê com problemas de saúde, a atenção é redobrada com ela”, afirmou Maria. As mulheres escaladas para trabalhar na creche do presídio passam por avaliação psicológica antes de assumir a responsabilidade. Elas passam o dia no trabalho e as mães assumem o turno a partir das 17h levando as crianças para as celas.
Joana [nome fictício], 26 anos, está presa há onze meses e há quatro cuidando das crianças na creche do presídio. Ela conta que o marido, com quem estava casada desde os 17 anos, foi preso por tráfico de drogas. Eles se separaram e ela acabou se envolvendo com outra pessoa. Ana foi presa em casa onde um amigo do casal vindo de Goiânia havia deixado 260 gramas de “óleo”. “Óleo?” questionou a reportagem. “Sim, pasta base”, explicou. Olhos verdes, cabelo escuro, maquiagem discreta, sobrancelha impecável. A jovem em questão foi miss no concurso do ano passado dentro do sistema penitenciário. “O trabalho é bom porque nos ocupa. Quando a gente vem trabalhar aqui nem parece que estamos presas. Parece que vamos sair daqui e ir para casa. É uma experiência boa nos faz repensar na vida dos nossos filhos”, afirmou.
Doações
A sala dos bebês possui berços, carrinhos e todo o espaço elaborado exclusivamente para receber as crianças. É bem ventilado e higienizado. Materiais de higienização do local e gêneros alimentícios chegam ao local através de convênio com o governo do Estado. Todos os outros materiais como roupas de cama, roupas dos bebês, fraldas, colchões, são doados. “Eu mesma trago uma coisa ou outra de vez em quando”, diz a diretora do presídio. Os interessados em fazer doações podem entrar em contato direto com a creche pelo telefone 3901-1336 ou na Assistência Social pelos telefones 3901-1338 ou 3901-1333.
Dalma Fernandes de Oliveira é diretora do presídio Feminino Irmã Irma Zorzi, em Campo Grande
Fotos: Bruno Henrique
Reportagem publicada às 9h
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