segunda-feira, 2 de maio de 2011

Ocitocina Sintética X Ocitocina Natural
por Kalu


Quantas vezes ouvimosque o parto foi extremamente dolorosos ou ainda que tentaram um parto normal mas que acabou numa cesárea por sofrimento fetal? Nestes casos eu sempre pergunto: você recebeu soro?

A resposta quase sempre é positiva. A maior parte dos partos normais em todo o planeta, para acelerar a contração do útero e tornar o parto mais rápido, a ocitocina sintética é usada de forma padronizada. Aqui no Brasil, salvo raras excessões, todos os partos normais acontecem com ocitocina, seja no sistema público ou privado. O famoso “sorinho” torna as contrações extremamente fortes e doloridas, levando muitas vezes a alteração do batimento cardíaco do bebê, fazendo-se necessário o uso de anestesia e as cascatas de intervenções físicas e medicamentosas.

Com a ocitocina sintética as contrações que eram doloridas, mas suportáveis, aumentam de intensidade consideravelmente e se tornam insuportáveis, levando a mulher a dilatar mais rápido, mas necessitar de anestesia. Essas contrações excessivas e não naturais podem levar o bebê a ter uma alteração de batimento cardíaco ou aumentar a chance de uma ruptura uterina. A ocitocina é um hormônio natural presente e fundamental para o trabalho de parto.

O que fazer para liberar ocitocina natural?

Criar as mesmas condições necessárias para se ter um sexo prazeroso. Para parir e gozar precisamos das mesmas condições ambientais, dos mesmos hormônios para relaxar, se entregar, dilatar e parir.
- Pouca Luz
- Silêncio
- Privacidade
- Não observação
- Ambiente quente e confortável
- Beijo na boca
- Massagem
- Paz

Exatamente o que não se tem em um ambiente hospitalar.

O que bloqueia a liberação de ocitocina natural e faz o parto ficar mais lento? A adrenalina, o medo, a insegurança. Imagine que lá nos tempos das cavernas, que uma mulher em trabalho de parto fosse atacada por uma tribo inimiga. A adrenalina bloqueava o trabalho de parto para que a mulher pudesse salvar a si e sua cria. Em lugar seguro, o trabalho de parto recomeçava.

Valeressaltar que uma vez que a ocitocina sintética entra na corrente sanguínea da mulher, toda a ocitocina que ela liberaria naturalmente, antes, durante e depois do parto é bloqueada.

E depois do parto, momento em que é necessária a liberação do hormônio para criar vínculo com o bebê, o hormônio não está presente. É claro que vamos muito além das funções biológicas e isso nos difere dos outros mamíferos. Mas também não podemos deixar de considerar que somos mamíferas.

Em qualquer mamífero, quando a cria é afastada imediatamente após o parto ou quando o parto necessita de intervenção, esta fêmea rejeita a cria. Mais uma vez repito que somos mamíferos e nos diferimos dos outros mamíferos por conseguir estabelecer relações além das funções biológicas.

O que fazer para evitar receber a ocitocina sintética?

Optar por um parto em ambiente favorável à liberação de ocitocina natural, com equipe que faça o menor número de procedimentos possíveis.

Saber que um parto normal com equipe normal fará uso da ocitocina sintética e bloqueará a ocitocina natural. Com informação, podemos fazer escolhas. E nossas escolhas revelarão o grau de consciência que temos acerca de nós mesmos e do mundo.

categorias: Kalu
tags: ocitocina
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